Filha de dentista das celebridades se lança com discurso social e batidão que fala de sexo
POR BRUNO ASTUTO, Jornal "O Dia on line"
Rio - Heloísa Faissol, filha do dentista dos ricos e famosos Olympio Faissol, virou funkeira. Tirou as logomarcas de patricinha carioca e passou a frequentar o Morro da Babilônia, onde fez amigos e descobriu sua nova faceta. Ela se diz “cansada da hipocrisia da sociedade” e abraça a carreira e a comunidade do Leme, mesmo morando em confortável apartamento na tradicional Avenida Rui Barbosa, no Flamengo. Se Tati Quebra-Barraco, Heloísa é a Quebra-Mansão. “Não é certo uns comerem caviar e outros passarem fome. Poderia levar vida fútil, de patricinha, mas sempre tive o sonho de ter um trabalho que desse retorno à sociedade. Tenho músicas que falam de corrupção, violência, amor, discriminação, política”, avisa. Heloísa defende sua música de trabalho, ‘Dou Pra Cachorro’, que tem forte apelo sexual. Primeiro, ensaia discurso filosófico: “Trato da mulher contemporânea, que fala abertamente de seus desejos sexuais sem tabus ou barreiras. Me espelhei nas amigas que estou fazendo por aqui. O pobre tem menos pudor de sua sexualidade; os ricos fazem pior e escondem”.
Depois, admite que segue o mercado e que fez versão ‘proibidão’, as letras censuradas pelas rádios, e uma ‘light’. “Se não apelasse para sexo, não faria um nome. O povo quer ouvir sacanagem”, diz a irmã de Cláudia Faissol, que é mãe de Luiza, filha do gênio da Bossa Nova João Gilberto. “Depois de ter nome e arrumar verba, vou usar minha música para contribuir com algo melhor para a sociedade.” Duas das novas amigas da comunidade da Babilônia, Michele Sabino e Jeane Medina, de tão próximas viraram suas dançarinas. “Michele se forma em Direito ano que vem. Está vendo como tem gente boa por aqui?”, orgulha-se.
Heloísa circula na favela com desenvoltura, incorporando gírias que aprendeu por lá e chamando as pessoas pelo nome. “Sou amiga de geral aqui”. Ela diz que compõe em encontros em bares do morro. Tinha poemas e músicas guardados, sem coragem de mostrar a ninguém, até que um amigo avaliou o material. “Ele me disse; ‘Sai dessa, Heloísa. Pra que ser atriz se você pode cantar para o povão?’ Tinha toda razão”.
Heloísa sempre teve do bom e do melhor. Estudou na tradicional Escola Suíço-Brasileira, depois francês em Lausanne, na Suíça, moda em Paris. Voltou e abriu ateliê de alta costura e tinha entre as clientes a fina flor da alta roda carioca. Cansou. Virou artista plástica, dançarina, atriz e até acrobata. Cansou também. Sua família é contra a nova carreira: “Dizem que sou maluca, mas meu pai nem sabe o que é funk. Julgam sem conhecer”. E completa: “Não tenho mais uma amiga do chamado ‘high society.’ Paciência zero. Tenho outros valores”.
Separada, diz que o filho, José Arthur, de 12 anos, aprova a nova empreitada. “Ele até me ajuda nas letras”, conta. Já tem mais de 15 composições, algumas em parceria com Alvaro Socci. “Estou de saco cheio dessa elite babaca. Vou aproveitar a instrução que minha família me deu para fazer um protesto social, não para desfilar de Prada e virar uma Paris Hilton”. E sai pelas vielas da Babilônia com seu cachorro, Nietzche. Antes de se despedir da tarde na comunidade onde se sente em casa, Heloísa bate papo com a ‘galera’ e quer tomar guaraná em uma birosca. “Xiii, será que tem guaraná diet aqui?”. Tinha.
TRECHOS: ‘DOU PRA CACHORRO’
“Quando te vi, fiquei gamada/ Sonhando desesperada/ Se você também gostou/ Pode vir, já rolou/ Vem com tudo, nesse clima/ Faz seu charme e dá em cima/ Chega junto, meu cachorrinho/ Também gosto do bichinho/
Se você não me acalmar/ Se você não me acalmar/ Baby, a fila vai andar (...) Vem com tudo, eu quero mais/ Beija logo, estou louca/ (...) E no êxtase total/ Vamos juntos pro final/ Ai, ai, ai, ai, ai (latidos e gemidos)
POR BRUNO ASTUTO, Jornal "O Dia on line"
Rio - Heloísa Faissol, filha do dentista dos ricos e famosos Olympio Faissol, virou funkeira. Tirou as logomarcas de patricinha carioca e passou a frequentar o Morro da Babilônia, onde fez amigos e descobriu sua nova faceta. Ela se diz “cansada da hipocrisia da sociedade” e abraça a carreira e a comunidade do Leme, mesmo morando em confortável apartamento na tradicional Avenida Rui Barbosa, no Flamengo. Se Tati Quebra-Barraco, Heloísa é a Quebra-Mansão. “Não é certo uns comerem caviar e outros passarem fome. Poderia levar vida fútil, de patricinha, mas sempre tive o sonho de ter um trabalho que desse retorno à sociedade. Tenho músicas que falam de corrupção, violência, amor, discriminação, política”, avisa. Heloísa defende sua música de trabalho, ‘Dou Pra Cachorro’, que tem forte apelo sexual. Primeiro, ensaia discurso filosófico: “Trato da mulher contemporânea, que fala abertamente de seus desejos sexuais sem tabus ou barreiras. Me espelhei nas amigas que estou fazendo por aqui. O pobre tem menos pudor de sua sexualidade; os ricos fazem pior e escondem”.
Depois, admite que segue o mercado e que fez versão ‘proibidão’, as letras censuradas pelas rádios, e uma ‘light’. “Se não apelasse para sexo, não faria um nome. O povo quer ouvir sacanagem”, diz a irmã de Cláudia Faissol, que é mãe de Luiza, filha do gênio da Bossa Nova João Gilberto. “Depois de ter nome e arrumar verba, vou usar minha música para contribuir com algo melhor para a sociedade.” Duas das novas amigas da comunidade da Babilônia, Michele Sabino e Jeane Medina, de tão próximas viraram suas dançarinas. “Michele se forma em Direito ano que vem. Está vendo como tem gente boa por aqui?”, orgulha-se.
Heloísa circula na favela com desenvoltura, incorporando gírias que aprendeu por lá e chamando as pessoas pelo nome. “Sou amiga de geral aqui”. Ela diz que compõe em encontros em bares do morro. Tinha poemas e músicas guardados, sem coragem de mostrar a ninguém, até que um amigo avaliou o material. “Ele me disse; ‘Sai dessa, Heloísa. Pra que ser atriz se você pode cantar para o povão?’ Tinha toda razão”.
Heloísa sempre teve do bom e do melhor. Estudou na tradicional Escola Suíço-Brasileira, depois francês em Lausanne, na Suíça, moda em Paris. Voltou e abriu ateliê de alta costura e tinha entre as clientes a fina flor da alta roda carioca. Cansou. Virou artista plástica, dançarina, atriz e até acrobata. Cansou também. Sua família é contra a nova carreira: “Dizem que sou maluca, mas meu pai nem sabe o que é funk. Julgam sem conhecer”. E completa: “Não tenho mais uma amiga do chamado ‘high society.’ Paciência zero. Tenho outros valores”.
Separada, diz que o filho, José Arthur, de 12 anos, aprova a nova empreitada. “Ele até me ajuda nas letras”, conta. Já tem mais de 15 composições, algumas em parceria com Alvaro Socci. “Estou de saco cheio dessa elite babaca. Vou aproveitar a instrução que minha família me deu para fazer um protesto social, não para desfilar de Prada e virar uma Paris Hilton”. E sai pelas vielas da Babilônia com seu cachorro, Nietzche. Antes de se despedir da tarde na comunidade onde se sente em casa, Heloísa bate papo com a ‘galera’ e quer tomar guaraná em uma birosca. “Xiii, será que tem guaraná diet aqui?”. Tinha.
TRECHOS: ‘DOU PRA CACHORRO’
“Quando te vi, fiquei gamada/ Sonhando desesperada/ Se você também gostou/ Pode vir, já rolou/ Vem com tudo, nesse clima/ Faz seu charme e dá em cima/ Chega junto, meu cachorrinho/ Também gosto do bichinho/
Se você não me acalmar/ Se você não me acalmar/ Baby, a fila vai andar (...) Vem com tudo, eu quero mais/ Beija logo, estou louca/ (...) E no êxtase total/ Vamos juntos pro final/ Ai, ai, ai, ai, ai (latidos e gemidos)
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ResponderExcluirhttp://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=87018862
fico emocionado pela sua sensibilidade em relação ao ser humano e, capacidade de entender o mundo beijos e vida eterna. marcelo r. p. silva
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