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terça-feira, 1 de setembro de 2009

PROJETO QUE TORNA FUNK MOVIMENTO CULTURAL VAI A VOTAÇÃO NESTA TERÇA

Objetivo é incluir gênero musical nas escolas e comunidades, diz deputado.
Votação da Alerj pode derrubar também lei que proíbe festas nas favelas.

A Alerj vai votar nesta terça-feira (1°) o projeto que define o funk como movimento cultural (Foto: Reprodução TV Globo) A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vai votar nesta terça-feira (1º) o projeto de lei que define o funk como movimento cultural e musical de caráter popular.

Segundo os autores do projeto, o objetivo é incluir o funk nas escolas e comunidades, e mostrar que "o movimento pode ser um instrumento de comunicação entre as pessoas.

Também será votada a revogação da Lei que estabelece regras para a realização de eventos de música eletrônica, como raves e bailes funk. De autoria do deputado cassado Álvaro Lins, ex-chefe de polícia, a lei, na prática, permite a proibição das festas.

Ídolo do funk, o DJ Marlboro espera ansioso a votação. “Estou muito confiante. Fiquei feliz de saber que agora podemos ter o reconhecimento do funk”, contou.

O deputado Marcelo Freixo (PSol), autor do projeto junto com Wagner Montes (PDT), acredita que o poder público precisa ver o funk como manifestação cultural.

“Estamos debatendo o assunto há quase um ano. Não podemos ignorar a existência do funk, precisamos legitimar o que está nas ruas e o que o carioca gosta”, disse.

Ideias de unir funk e pedagogia

Marlboro e Freixo dizem que não faltam ideias caso a lei seja aprovada. Pelo projeto em votação, todas as iniciativas terão que passar pela Secretaria de Cultura e de Educação, mas, se depender de Marlboro, os projetos serão úteis para muitas pessoas.

“Tenho muitas ideias. Se o funk for levado para as escolas as crianças serão incentivadas a produzir um material rico. Por exemplo, os alunos poderiam criar um funk em vez escrever uma redação. Eles iriam pesquisar sobre o tema, e depois colocar tudo no papel”, disse.

“O funk é um baita instrumento pedagógico. Esse gênero vai ajudar a juventude a gostar de estudar”, disse o deputado Freixo.

Lei pode ser revogada

A revogação da lei que estabelece regras para a realização de eventos de música eletrônica também será votada. Criada em 2008, a lei prevê que, para realizar um evento, devem ser enviados documentos à Secretaria de Segurança Pública.

“O governo errou quando sancionou esta lei. É claro que bailes funk precisam ser organizados, e fiscalizados, mas não pode virar caso de polícia”, disse Freixo.

Já Marlboro acredita que o Rio precisa assumir o caráter popular de todos os seus gêneros.

“O Rio é a capital do funk, do samba, da bossa nova. Tudo vem daqui, temos que aproveitar isso”, disse Marlboro.

MC's querem funk nas escolas e retorno dos bailes nas favelas

Eles participaram de audiência na Alerj nesta terça.
Secretaria de Educação quer que ritmo ajude no trabalho pedagógico.

As bermudas e as calças coladas foram deixadas para trás pelos funkeiros nesta terça-feira (25). Com calças e camisas sociais, eles se reuniram nesta manhã com deputados estaduais e acadêmicos em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O encontro teve como objetivo discutir as leis que inviabilizam os bailes nas favelas e tentar soluções para incluir o funk nas escolas e nas comunidades.

Muitos estudantes e fãs de funk lotaram o auditório da Alerj para protestar contra o fim dos bailes e aplaudir ídolos do movimento, como Mc Serginho, famoso pela dupla com Lacraia, Mc Leonardo, DJ Marlboro e a cantora Fernanda Abreu, que falaram sobre a importância do funk. Também participaram da audiência, o antropólogo Hermano Vianna e o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol).

Foto: Tássia Thum/G1 Rômulo Costa, Dj Marlboro e o ator André Ramiro também
compareceram na audiência pública (Foto: Tássia Thum/G1)

Cantando o Rap da Silva, um dos hinos do funk na década de 90, o deputado estadual Marcelo Freixo discursou a favor do funk e disse que o ritmo pode ser usado como uma ferramenta para incentivar a cultura entre os jovens, além de servir como fonte de renda para os comerciantes das favelas. Para o deputado, os bailes deveriam voltar para as comunidades que possuem postos da Polícia Militar, como Cidade de Deus, na Zona Oeste, e Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul.

“O funk não é mais um caso de polícia. Deve ser tratado como caso de cultura e de educação. Cabe ao Estado garantir esse direito a essa manifestação cultural e a segurança dos jovens. O funk tem que estar nas comunidades, nas escolas, nas praças públicas, nos clubes, em cada esquina, na cidade inteira. Qual a razão, por exemplo, para neste momento, não poder ter funk nas comunidades onde já funcionam as UPPs?”, disse o deputado.

Freixo disse ainda que as letras de funk, conhecidas como “proibidão”, que fazem apologia ás drogas e a violência, contribuíram para o surgimento de uma legislação que reprimisse os bailes.

A secretária estadual de Educação, Teresa Porto, afirmou que pretende levar o funk para as escolas para a realização de um trabalho pedagógico. Para ela, o ritmo pode ser usado para a construção de letras positivas, que abordem temas importantes para a sociedade .

BATIDÃO DO FUNK INVADE A ALERJ

Audiência pública na Assembleia exalta o gênero e discute o fim de restrições contra bailes e políticas para o setor

Rio - O pancadão invadiu a Assembleia Legislativa (Alerj) na semana passada (25/08/2009), em audiência pública para discutir políticas públicas para o funk, debater o fim das restrições para bailes e provar que o gênero não quer mais ser visto como caso de polícia. Participaram da plenária autoridades, estudiosos e nomes consagrados do batidão. “Luto pelo funk há 37 anos e comecei sozinho. O debate mostra que estão olhando pelo povo”, frisou Rômulo Costa, fundador da Furacão 2000, que agita as tardes da FM O DIA.

“Muitas pessoas ganham trabalho com a indústria do funk”, defendeu MC Serginho. O coro ‘O funk não é motivo, é uma necessidade. É pra calar os gemidos que existem na cidade’, puxado pelo presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, deputado Marcelo Freixo (PSOL), animou a Alerj. “O funk é a manifestação cultural que levanta o debate sobre o crime”, falou.

As secretárias estaduais de Cultura, Adriana Rattes, e a de Educação, Tereza Porto, participaram do debate. Tereza defendeu o funk do bem, sem incentivo à sexualidade e à violência. “O funk é a linguagem cultural de nossos alunos e precisamos entendê-la. Vamos continuar com as ações com o estilo musical”, garantiu.

Jovens para concordar com ela não faltaram. Alunos do Colégio Pedro II se mobilizaram para assistir à audiência. “Na minha escola o ritmo é proibido. Mas são formas de expressão do amor e não podemos discriminar”, desabafou Júlia Bustamante, 16 anos, aluna do 3º ano da unidade Centro.

Freixo leva a votação no plenário hoje, dia 1º, dois projetos de lei em defesa do funk. Um o torna manifestação cultural; outro anula a Lei 5.265, do ex-deputado Álvaro Lins, que impôs várias restrições para a realização de bailes funk e raves (festas de música eletrônica). Hoje, a polícia tem liberdade para proibir festas, estejam com autorização ou não, se considerar que não há segurança na área. Se o projeto de Marcelo Freixo for aprovado, organizadores só precisam cumprir exigências para eventos comuns, como obter permissão da prefeitura e dos bombeiros.

Moreira Franco: Funkeiro não é bandido

Melhor que proibir o baile funk é agir contra os verdadeiros bandidos

Vice-presidente de Fundos do Governo da Caixa Econômica Federal

Rio - A Lei 5.265 é um grande equívoco e precisa ser revogada. Ela se baseia na ideia errada de que os jovens que gostam do funk ou dos bailes tipo rave são marginais ou aprendizes de bandido. Essa lei procura regulamentar uma cultura nascida nas áreas onde vive parte da população de baixa renda, com o propósito de disciplinar esses eventos populares. Não é inútil lembrar que sempre que o Estado se mete a proibir manifestações culturais, acaba se desmoralizando ou cometendo injustiça.

O funk é apenas um estilo de música, uma forma que os jovens das periferias encontraram para se manifestar. Não é tema que mereça repressão policial. As letras das músicas, tão combatidas, expressam o mundo em que vivem e as relações sociais e comunitárias que conhecem.

As autoridades do Rio de Janeiro deveriam reanalisar essa decisão. Se fizerem isso, chegarão à conclusão de que é fruto de forte preconceito ao achar que os frequentadores desses bailes são, por princípio, bandidos ou viciados em drogas.

Numa hipótese absurda, se isso fosse assim, seria possível acreditar que proibir os bailes funk é um bom caminho para acabar com o tráfico de drogas e com a marginalidade, de modo geral. Sabemos que isso está fora de cogitação.

O pano de fundo dessa questão é o fato de que nossas autoridades ainda não sabem como lidar com as áreas comandadas por traficantes e outros tipos de marginais. Se existe baile funk organizado ou promovido nessas áreas, não quer dizer que todos os bailes sejam necessariamente comandados por marginais. O melhor é reprimir os bandidos e deixar os “funkeiros” em paz.

FUNKEIRO BUCHECHA ESTARÁ EM "A FAZENDA 2"

Três nomes já estão confirmados para a segunda edição de "A Fazenda", da Record, que começa em novembro. Segundo a coluna apurou, a dançarina Sheila Mello, o funkeiro Buchecha e o ator André Rocha que participou da novela "Caminhos do Coração" e atua como um dos "ricardões" do programa "Tudo É Possível" já acertaram a participação no reality, que permanecerá sob o comando de Britto Jr. Vampeta e Ricardo Mansur aparecem como prováveis participantes.

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