Esta semana (de hoje a sábado) tem os shows, debates, filmes, fotos e oficinas do "Red Bull Funk-se, do vinil ao MPC", evento dedicado ao batidão. A programação completa está no Espaço Nave Oi Futuro, na Fundição Progresso e no pé deste post. O DJ Sany Pitbull, curador da batalha de MPCs do evento, escreveu umas palavras sobre o gênero e o evento."A grande riqueza do funk, além do ritmo percussivo e da mensagem sempre de alegria, é a forma única na qual ele é produzido, mesmo com poucos recursos tecnológicos, pois grande parte dos seus sucessos são produzidos em estúdios caseiros. São laptops de baixo custo, ao contrário do que é feito com outros ritmos pelo mundo, onde cada dia são adicionados os mais variados recursos, desde as gravações, mixagem até a masterização e a finalização. O funk não tem dinheiro na sua criação. Eu mesmo, viajando o mundo, vejo a curiosidade de produtores renomados que não acreditam como, com tão poucos recursos, conseguimos tem um som tão dançante. É um segredo só nosso. É a alegria carioca que fez do funk ser o que ele é. O funk é tocado e até produzido hoje em outras cidades brasileiras, mas sem o nosso jeito alegre, sexy (não erótico), sem o povo carioca, não seria possível.
O funk é muito desrespeitado, questionado, não digo perseguido, mas muito mal interpretado, principalmente por quem não é do nosso meio. Muitas polêmicas giram ao redor do tema 'baile funk'. É a sexualidade, a criminalidade, a violência e a falta de cultura que sempre tem mais espaço na mídia marrom brasileira. Mas existem coisas acontecendo muito boas, que ninguém sabe ou finge não saber. O funk hoje é, dentro das camadas mais pobres, o que mais dá oportunidade, até mais que o futebol. O funk hoje produz suas músicas, revela seus artistas, produtores, faz filmes, grava DVDs, tem as maiores audiências do rádio no Brasil, números que não podem ser desprezados. O funk dá emprego condições de sobrevivência a milhares de jovens e inúmeros profissionais que vivem exclusivamente da música.
A Redbull enxergou isso e quer com seu poder de mídia e mobilização mostrar que dá, sim, para acreditar no funk, mostrar que o funk é cultura. Precisa ser melhorado em alguns aspectos - como organização, por exemplo - mas não dá pra fingir que não existe."
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Programação da Fundição Progresso
11 de julho, 23h
Live Session: Adriano Dj, Mc Batata, Mc Paulão, DJ Tubarão, Buchecha, Mc Koringa, Volt Mix Crew, Dj Grand Master Rafael, Mc Galo, Mcs Junior & Leonardo, Mc Duda do Borel, Mc Mulato, Mc Amaro, Mc Bob Rum
Batalha das MPCs: Dj Cabide, Mancha, Pokemon, Phabyo,
Show "O encontro": Gérson King Combo & Supergroove, BNegão, Menor do Chapa, Mc Sabrina e Sany Pitbull
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