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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Conheça MC Playboy, o funkeiro que foi parar no cinema

O rapper está no filme 'Complexo – Universo Paralelo', em destaque no Festival do Rio


FONTE: Valmir Moratelli, iG Rio de Janeiro
MC Playboy, fazendo por merecer a fama de vaidoso: "Adoro me vestir bem, com roupas de marca"
Você pode nunca ter ouvido falar em MC Playboy. Mas ele é uma personalidade e tanto na favela onde mora, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio. Dá autógrafos, é referência para os jovens que querem seguir a carreira musical e é reconhecido pelo seu estilo nas vielas apertadas da comunidade. Valnei Miranda, o funkeiro que se diz mais estiloso de qualquer baile que aconteça no Rio de Janeiro, é um dos personagens principais do filme “Complexo – Universo Paralelo”, em exibição no Festival do Rio.

O documentário é um retrato do cotidiano das pessoas que moram em uma das mais violentas comunidades carentes do Rio de Janeiro. MC Playboy foge dos depoimentos sobre violência e rivalidade entre bandido e policial. Não se enquadra também nos estereótipos de funk com conotação sexual ou de palavrões. Prefere o bom humor para falar de sua fama de celebridade e dos “perigos” que isso causa.. Em um clipe de sucesso no youtube, da música “Mercenária”, ele canta: “Mercenária é assim/ Mercenária é a mina que gosta de quem tem mais (...)/ Quando tu chega no baile, ela olha para o teu pescoço/ Quer saber se tu está portando um cordão de ouro”

Confira o papo.

iG: Por que você se denomina “playboy”?

MC PLAYBOY: Sempre gostei de me vestir bem, gosto de usar roupas de marca, um bom boné. Este apelido vem desde que eu era jovem.

iG: E quantos anos você tem agora?

MC PLAYBOY: Mais do que aparento, menos do que você pensa (risos). Não falo sobre idade.

iG: No filme, você fala sobre preconceitos. Ainda há um abismo entre o morro e o asfalto?

MC PLAYBOY: A tendência é sempre melhorar, com o passar do tempo. Mas ainda temos muito a percorrer. As obras que estão sendo feitas no morro podem até dar mídia pros políticos, mas precisam dar dignidade para quem mora lá também.

iG: Como é sua fama no Complexo do Alemão?

MC PLAYBOY: É incrível, as pessoas me reconhecem nas ruas. As crianças vêm falar comigo. Sou uma referência mesmo. Isso é muito bom, porque os jovens carentes não têm muito em quem se espelhar e acabam se guiando para o lado errado.

iG: Uma conhecida música sua, “Mercenária”, fala da mulher que quer se aproveitar. Você tem esse tipo de problema em sua vida?

MC PLAYBOY: Aí você me quebra, né. Eu tenho mulher, sou casado. Não tenho este tipo de problema, não (risos).

iG: Quem são seus parceiros musicais?

MC PLAYBOY: Faço música sozinho. Mas meu próximo clipe, que vou divulgar na internet, tem parceria de peso com MV Bill.

iG: Você é um dos idealizadores do filme, não? Como surgiu essa ideia?

MC PLAYBOY: Não, sou ‘o’ idealizador. Eu é quem tive a ideia e, após conhecer o diretor português (Mario Patrocínio), falei que seria legal a gente contar nossa realidade. Eles gostaram e daí fui apresentando os personagens que dariam uma boa historia no morro. Conheço aquilo lá na palma da minha mão, né? Os ‘portugas’ ficaram muito doidos com aquilo, queriam filmar tudo. Foi bem produtivo.

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