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domingo, 19 de junho de 2011

Entrevista com o MC Sapinho: único funkeiro de Israel

Publicado em 13/06/2011 pelo(a) Wiki Repórter Mauro Wainstock, Rio de Janeiro - RJ
MC Sapinho com Danielle Calirman Joory, que o entrevistou com exclusividade para o Jornal ALEF - Foto: Jornal ALEF, da comunidade judaica

Sandro Korn, mais conhecido por MC Sapinho, que há 10 anos vive em Israel, realizou recentemente uma temporada em várias cidades brasileiras. Em entrevista exclusiva publicada no Jornal ALEF, da comunidade judaica, ele diz: "sou o único funkeiro em Israel. Gosto do que faço, canto com a alma, subo no palco e me transformo no personagem. De dia sou o Sandro e de noite eu sou o MC Sapinho. O sonho de todo judeu é conhecer Israel. Eu fui tentar a minha sorte. Foi muito difícil. Não existe meio termo: ou você se adapta ou não. O povo israelense tem um temperamento muito diferente do brasileiro”.

Você já frequentava os bailes funks antes de morar em Israel?
Decidi morar em Israel quando eu tinha 20 anos. Desde então duas vezes por ano eu vinha ao Brasil. Em uma destas ocasiões comecei a cantar em festinhas de amigos e logo em seguida conheci o Mr Catra, que gosta muito da comunidade judaica. Ele propôs fazermos um som juntos em que cantaríamos parte em hebraico e parte em português. Eu aceitei na mesma hora. Desta conversa nasceu a música “Jerusalém”. Isso aconteceu, há oito anos, em uma destas boites de Ipanema. A música foi gravada no Brasil e ele cantou sozinho no programa do Luciano Hulk, já que eu tinha voltado para Israel. Depois que o programa foi ao ar virou sucesso nacional. O Catra me deu um empurrão para dentro de funk, ele se emociona, já esteve em Israel e se apegou muito.

Qual é a “melhor noite” de Israel?
Jerusalém. Lá tem uma rua das discotecas, Ben Gurion. Tudo o que acontece naquela rua se espalha para todo o país. 

Como você avalia as músicas brasileira e israelense?
Os brasileiros só conhecem as músicas israelenses folclóricas, mas a música brasileira em Israel é um sucesso. Eu gosto de música para relaxar e refletir. A batida do funk é envolvente e muitas vezes não estão entendendo o significado mas estão gostando do ritmo, da melodia. Em um show meu você vê, lado a lado, um russo, um etíope, um ucraniano, um beduíno, um israelense, um brasileiro, um espanhol e ingleses. Todos lá juntos escutando o mesmo som. Nas minhas músicas eu falo de tudo, de Gaza, das guerras... e um pouco de baixaria. O funk é muito discriminado no mundo, mas ele veio de raízes de dentro da favela, então não adianta cantar para os bonitinhos e não descrever a realidade interna destas comunidades.

Sua arma de transformação social é a sua música?
A maioria dos MC cantam funk porque eles botam pra fora todo o sofrimento que já passaram alguma vez na vida. É muito difícil poder bater na porta de um político para trazer estas questões. Eles não querem ouvir…

Como você analisa a questão da violência em Israel e no Brasil?
São dois tipos de violência. Em Israel é a de entrar um terrorista dentro de um ônibus, de um shopping ou até mesmo dentro de uma estação de trem. Já no Brasil a neurose é outra, ela te toma no momento em que você está em um sinal vermelho e o medo de vir alguém te assaltar. No Brasil ninguém rouba funkeiro, isto faz parte do código dos bandidos.

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